Patronos da Fundação

Patronos das cadeiras fundadoras

ALCINO ALVES COSTA

Sergipano da cidade de Poço Redondo, onde nasceu em 17 de junho de 1940, escritor, compositor, poeta e pesquisador do cangaço. Grande contador de causos, um "Caipira de Poço Redondo" como gostava de ser chamado, com diversos livros publicados, dentre eles: "Lampião além da versão - Mentiras e Mistérios de Angico"; "O Sertão de Lampião"; "Poço Redondo, a saga de um povo"; História e Lendas do Sertão; "Lampião em Sergipe"; "Canindé do São Francisco - Seu Povo e Sua História"; "Preces ao Velho Chico", e "Maria do Sertão", seu primeiro romance ficcional. Foi prefeito da cidade de Poço Redondo por três gestões, deixando a política para se tornar um expoente da cultura e da memória sertaneja. Era membro da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC), sócio honorário do Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará, participante efetivo do seminário permanente Cariri Cangaço. Faleceu no dia 1 de novembro de 2012, mas viveu intensamente a sua história como ativo protagonista e guardião das tradições culturais de sua terra natal amada.

LUIZ ANTÔNIO BARRETO

Sergipano de Lagarto. Historiador, escritor, jornalista, pesquisador, incentivador e divulgador da cultura popular sergipana. Membro da Academia Sergipana de Letras, onde ocupava a cadeira de n° 23, foi diretor da Galeria de Artes Álvaro Santos, Secretário de Educação e de Cultura de Aracaju e de Sergipe, Assessor do Instituto Nacional do Livro (INL), Superintendente e Diretor do Instituto de Documentação Joaquim Nabuco, Diretor da Fundação Augusto Franco e Diretor do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira (Portugal). Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (desde 1972) e do Conselho Estadual de Cultura, autor de mais de 30 livros e centenas de artigos. Tornou-se especialista em biografias, o que lhe rendeu a escrita do livro Personalidades Sergipanas, em 2007. A obra contempla uma seleção de textos sobre figuras que marcaram a história de Sergipe em seus mais variados aspectos. Diretor do Instituto Tobias Barreto, Luiz Antônio Barreto, sem sombra de dúvidas, é um ícone da preservação da memória dos homens e mulheres que construíram a história cultural, cívica e literária do Estado de Sergipe.

AUGUSTO DE CARVALHO RODRIGUES DOS ANJOS (AUGUSTO DOS ANJOS)

Nasceu no Engenho Pau d'Arco, Paraíba, no dia 20 de abril de 1884. Aprendeu com seu pai, bacharel, as primeiras letras. Fez o curso secundário no Liceu Paraibano, já sendo dado como doentio e nervoso por testemunhos da época. Seu único livro, "Eu", foi publicado em 1912. Surgido em momento de transição, pouco antes da virada modernista de 1922, é bem representativo do espírito sincrético que prevalecia na época, parnasianismo por alguns aspectos e simbolista por outros. Augusto dos Anjos tornou-se um dos poetas mais lidos do país, sobrevivendo às mutações da cultura e a seus diversos modismos como um fenômeno incomum de aceitação popular. Vitimado pela pneumonia aos trinta anos de idade, morreu em Leopoldina em 12 de novembro de 1914.

IARA SANTOS VIEIRA

Sergipana de Aracaju, onde nasceu em 09 de abril de 1949. Formou-se em Letras pela Universidade Federal de Sergipe. Desenvolveu importantes projetos na área cultural do Estado, promovendo cursos seminários e coordenando oficinas literárias. Estreou na poesia em 1977 com o livro "Ruínas". A partir daí, publicou outros livros: "Interiores" (1982); "Esses tempos ad/versos" (1984); "A fome do paraíso" (1994) e "O coro da Serpente" (2001). Participou das seguintes antologias: "Ensaios V", SP (1981); "Poesia Jovem: anos 70", SP (1982); "Antologia da Nova Poesia Brasileira", RJ, (1992); "Poesia livre", Ouro Preto (1982) e "Poesia Sergipana no Século XX", RJ (1998). Foi premiada nos seguintes concursos: "Veia Poética", SP (1981); "2° Concurso Mackenzie de Poesia", SP (1981); "XII Concurso de Poesia Falada do Norte/Nordeste", Aracaju, 1983; "Prêmio Escriba de Poesia Piracicaba", 1999; "2° Concurso Internacional de Poesia Mulheres Emergentes", Belo Horizonte (1999). Iara Vieira faleceu em 19 de setembro de 2003, antes de vir a lume sua obra "ÍNTIMA HUMANIDADE" - editado pela Secretaria de Estado da Cultura de Sergipe em dezembro de 2003. Sua obra apresenta valor inconteste e presta relevante contribuição à cultura das letras no Brasil, por meio de sua criação poética e inovações de estilo e linguagem.

LAURA AMAZONAS

Nasceu em 03 de maio de 1884, em Aracaju, fruto da união do casal Manoel Amazonas e Josefa da Silveira Amazonas. Após a conclusão do curso primário, mudou-se para a cidade de Santos, São Paulo, em companhia de seu irmão Cleobo Amazonas, advogado. Graduou-se em Odontologia, em um período em que ser professora seria a única maneira da mulher exercer uma atividade profissional fora do lar; com apenas vinte e um ano de idade, recebeu o seu título de cirurgiã-dentista pela Faculdade de Pharmácia de São Paulo em 08 de fevereiro de 1905, sendo a primeira sergipana diplomada em um curso superior e em uma profissão liderada por homens. Tendo tornado pública sua identificação com a Doutrina Espírita, Laura Amazonas enfrentou diversos preconceitos, o que contribuiu para o esquecimento em torno da sua vida e obra, que acabaram por não receber destaque. Educadora, pedagoga por natureza, participou diretamente da fundação da Casa do Pequenino, Escola Amelie Boudet e o Lar Meimei, primeiro projeto integral de Escola Espírita em Sergipe, a partir dos ideais da União Espírita Sergipana, um espaço educacional voltado à evangelização e educação de crianças em situação de vulnerabilidade social. Sua didática pedagógica guarda uma vasta produção literária de músicas, poesias, peças teatrais, de cunho espírita, utilizadas no processo de ensino-aprendizagem infanto-juvenil. A Doutora Laura Amazonas, mostrou que em uma época na qual a mulher era colocada de lado, foi possível quebrar paradigmas e estabelecer novos conceitos para atuar na sociedade.

ANTÔNIO GONÇALVES DA SILVA (PATATIVA DO ASSARÉ)

Nasceu em 5 de março de 1909 na cidade de Assaré, sul do Ceará. Desde criança, demonstrava gosto pela poesia popular, ora compondo, ora declamando, ora cantando de improviso. Segundo filho de uma família muito pobre, teve ainda a desventura de, logo cedo, perder uma das vistas; além de amargar a morte do pai, aos oito anos, quando passou a ajudar no sustento dos irmãos. Apenas alfabetizado, começou a fazer repentes e apresentá-los em eventos importantes. A modesta instrução livresca, tão evidente nos títulos de suas obras, não constituiu, entretanto, obstáculo para que sua genialidade ganhasse as asas da notoriedade. Pela semelhança entre sua poesia e a beleza do canto dessa ave, aos vinte anos foi apelidado de Patativa do Assaré, título pelo que ficou e permanece imortalizado. Sua fama teve início na Rádio Araripe de Crato, onde participava de programas declamando poesias. Do Crato para o Brasil, foi só uma questão de pouco tempo. Mereceu inúmeras honrosas condecorações dentro e fora do Ceará, inclusive o título de "Doutor Honoris Causa" outorgado por cinco universidades; dentre elas, a Universidade Tiradentes, de Aracaju, em 2000, quando contava 91 anos. Seu legado literário é algo incrível e extremamente utilizado por instituições de ensino de todos os níveis, principalmente na Região Nordeste. Morreu em sua cidade natal, aos 8 de julho de 2002, mas eternizado ficará em suas incontáveis e indeléveis obras.

JÚLIO CÉSAR DE MELLO E SOUZA (MALBA TAHAN)

MALBA TAHAN é apenas a parte final do nome completo Ali Yezid Izz-Eddin Ibn Salim Hank Malba Tahan. Seria um escritor árabe? Certamente, não. Malba Tahan é o pseudônimo adotado pelo insigne escritor, educador e matemático carioca, JÚLIO CÉSAR DE MELLO E SOUZA, editorialmente identificado também como Prof. Mello e Souza, nascido em 6 de maio de 1895. Sempre nutriu grande admiração pela cultura arábica, desde a mais tenra idade. Dada a colossal dimensão da obra malbatânica, impossível se torna resumir a biografia do tão eclético intelectual. Ao falecer em 18 de junho de 1974, na capital pernambucana, o acervo autoral, ora de Malba Tahan, ora do Prof. Mello e Souza, atingia a marca de 120 livros de matemática recreativa, didática da matemática, história da matemática e ficção infantil. Eis apenas algumas mais famosas: Contos de Malba Tahan, Amor de Beduíno, Lendas do Deserto, Lendas do Oásis, Lendas do Céu e da Terra, Maktub!, Minha Vida Querida, e sua obra-prima: O Homem que Calculava.

TOBIAS BARRETO DE MENEZES

Filho de Pedro Barreto de Menezes e de Emerenciana Maria de Jesus, nasceu na vila de Campos, província de Sergipe, em 1839, e faleceu em Recife, Pernambuco, em 1889. Bacharel em direito pela Faculdade do Recife, foi jornalista, advogado e deputado provincial. Destacou-se na filosofia por sua atuação polêmica contra o conformismo retórico. Questionou a concepção de física social do positivismo, relacionou o conceito de cultura à constituição de normas para a compreensão do social e do humano. Entendia a metafísica como teoria do conhecimento, divergindo profundamente do positivismo. Admitia a liberdade humana como realidade não empírica. Defendeu o liberalismo na política, a emancipação feminina e a libertação dos escravos. Foi uma figura central na Escola do Recife, disseminando o pensamento filosófico alemão no Brasil que, naquela época, sofria forte influência da cultura francesa. Certamente, foi um importante pensador brasileiro no século XIX. Publicou Ensaios e estudos de filosofia e crítica (1875), Dias e Noites (1881), Estudos alemães (1883), Menores e Loucos (1884), Discursos (1887) e Questões vigentes de filosofia e direito (1888). O restante de sua obra, dispersa em jornais, foi reunida em três edições de Obras completas, em 1925, 1963 e 1989. Dias e Noites foi seu único livro de poesias e teve sete edições.