Discurso de saudação à acadêmica Cacia Valeria

12/12/2015
  • Senhor Jorge Henrique Vieira Santos, digo Presidente da Academia Gloriense de Letras, em cujo nome cumprimento a todos os integrantes da mesa.

  • Senhor Domingos Pascoal de Melo, neste ato representando a Academia Sergipana de Letras, em cujo nome cumprimento todos os confrades das nossas coirmãs aqui presentes.

  • Ilustres acadêmicos, autoridades, minha família, caros amigos.

Inicialmente, digo-lhes que me sinto incomensuravelmente honrado em poder proferir esta saudação na noite de hoje, que, deveras, é mais que oportuna para o abrilhantamento do ato solene em comemoração ao terceiro aniversário de nosso sodalício. Honrado estou, e entusiasmado, em saudar esta abnegada educadora e pesquisadora que, com carisma, dedicação e altivez, vem construindo sua biografia, que já acumula várias produções acadêmicas baseadas nos valores históricos e culturais de sua terra natal.

Indubitavelmente, nós que fazemos a AGL, a partir de hoje, teremos mais uma importante aliada na árdua, mas gratificante, tarefa que assumimos com a propagação e o cultivo das letras e dos valores do sertão. Temos plena convicção de que, com a vinda dessa pesquisadora para o nosso meio, ampliaremos nosso trabalho em prol do desenvolvimento cultural, artístico e humanitário de nossa querida cidade e região.

A ilustre acadêmica que cumpro a tarefa de apresentar a todos nesse momento é reconhecida por sua dedicação à pesquisa e à história da educação em Nossa Senhora da Glória.

Cácia Valeria de Rezende embora tenha nascido em 21 de fevereiro de 1981 no município de Gararu, foi registrada como natural de Nossa Senhora da Glória. Filha de Manoel Elias de Rezende e Maria de Lourdes Santos Resende, teve uma infância simples, mas cheia de brincadeiras.

Desde menina, amava ouvir as histórias do seu avô, João Batista dos Santos, um grande contador de histórias. Sua paixão pelo sertão nasceu ainda na infância, através das idas e vindas à residência de seu avô. Ele, que era um homem simples, dispunha-se a contar o que ocorreu na sua juventude e ainda inventava grandes aventuras, para deixar os netos mais empolgados com suas histórias. Desde então, a curiosidade sobre os fatos históricos mencionados por ele só crescia no íntimo daquela menina.

Estudou a primeira série numa Escola Isolada, que funcionava no Anexo da Assembleia de Deus. Cursou da 2ª série à 8ª série do 1º Grau no Colégio Estadual Manoel Messias Feitosa. Na época, por dificuldades financeiras, algumas escolas de 2º Grau na localidade foram fechando suas portas, isso fez com que seu ensino médio fosse concluído em três unidades de ensino: fez o 1° ano no Colégio Nossa Senhora da Glória, o 2° Ano no Colégio Nossa Senhora de Lourdes e concluiu o 3° Ano no Colégio Charles Baudelaire, onde teve o privilégio de ter sido aluno do renomado professor Jorge Henrique Vieira Santos, hoje nosso confrade, presidente da Academia Gloriense de Letras.

Iniciou sua vida acadêmica no curso de Pedagogia da Universidade Tiradentes, onde cursou também História. Especializou-se em Psicopedagogia Clínica e Institucional, pela Faculdade São Luís de França, e Docência e Tutoria em Ensino à Distância, pela Universidade Tiradentes.

Em 2014, concluiu o mestrado em Educação, pela Universidade Tiradentes. Sua dissertação, intitulada "Educação no sertão: memórias e experiências das professoras no alto sertão sergipano (1950-1970)", foi orientada pela professora Doutora Raylane Andreza Dias Navarro Barreto.

Entre suas publicações acadêmicas, destacam-se "A contribuição da Escola Estadual Cícero Bezerra para a sociedade gloriense: (1963 a 1990)", orientado pela professora Tereza Cristina Cerqueira da Graça, e "Um grito no sertão: o cotidiano e arte de Véio", orientado pela professora Maria Nele dos Santos, e que foi produzido em co-autoria com as colegas Shaquele Santos Barros e Fernanda dos Santos.

Atualmente, Cacia Valéria participa de dois Grupos de Pesquisa: O primeiro "Sociedade, Educação, História e Memória", e o segundo "Políticas Públicas, Gestão Socioeducacional e Formação de Professor". Como se pode verificar, seu objeto de estudo é sempre o sertão, tema que desencadeia nessa dedicada estudiosa a paixão e muita pesquisa.

Dessas pesquisas, resultaram inúmeros outros trabalhos publicados sob a forma de artigos em eventos anuais e cadernos acadêmicos. Cumpre-nos citar apenas alguns dos mais recentes:

"Entre sonhos e tabus: a história dos casamentos em Nossa Senhora da Glória/SE, nos anos de 1940 a 1960". Cadernos de graduação: ciências humanas e sociais / Universidade Tiradentes.

"Um toque da modernidade: um estudo sobre as mudanças culturais, em Nossa Senhora da Glória, a partir da introdução dos meios de comunicação". In: III Colóquio Internacional "Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento", 2007, São Cristóvão.

"Adeus meu sertão: a trajetória de alguns retirantes gloriense, no período da seca de 70" In: XVII Encontro de Iniciação Científica, 200, São Cristóvão.

"A 'peste' no sertão: a seca de 70 na cidade de Nossa Senhora da Glória", 2012.

"A religiosidade do sertanejo: uma análise histórica sobre o sincretismo religioso no alto sertão sergipano, nos anos 70". 2012.

"Um baluarte no sertão: escola rural em Nossa Senhora da Glória, 1940-1950", 2012.

"Vida de educadora: a trajetória de vida da professora Maria Dagmar Menezes", 2012.

A Academia Gloriense de Letras orgulha-se de tê-la como membro e, para mim, é um grande júbilo poder, em nome de nosso quadro acadêmico, dar-lhe as boas-vindas. Junte-se a nós e vamos produzir as mudanças positivas que tanto almejamos em nosso sertão!